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A partir de linguagens e mídias mais acessíveis, as Coordenadorias e Centros de Apoio vão se aproximar das pessoas, independentemente do grau de conhecimento técnico sobre os temas tratados na esfera jurídica

Para abrir a Semana em que se comemora o Dia Internacional de Prevenção à Lavagem de Dinheiro, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio do Centro de Apoio Operacional de Justiça de Defesa da Ordem Econômica e Tributária (Caoet), lançou, nesta segunda-feira 25 de outubro, o projeto “Justiça e Arte - Chargistas mineiros no combate à lavagem de dinheiro”. 

 
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O objetivo é popularizar a atuação técnica das diversas coordenadorias e centros do MPMG, a partir de linguagens e mídias a diversos segmentos da sociedade de forma que o assunto fique mais acessível às pessoas, independentemente do grau de conhecimento técnico. Além disso, o projeto aproxima o MPMG aos formadores de opinião, cria a cultura interna de abertura para parcerias para a expansão do conhecimento da sociedade civil, inclusive em relação às atividades constitucionais da instituição.
 
O projeto conta com a parceria do Cartuminas e do Lei.A | Conhecimento e ação pelo meio ambiente, voltado a ampliar o controle social por meio da comunicação, empoderando o cidadão, os coletivos, as associações e as entidades da sociedade civil , revolucionando a relação entre dados técnicos e a comunicação direta com a população.
 
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 Foto: Eric Bezerra / MPMG

Conforme o coordenador do Caoet, promotor de Justiça William Coelho, a revolução da comunicação vivenciada nos últimos tempos demanda criatividade para o alcance e fidelização do receptor da mensagem. “O MPMG é parceiro do Lei.A por entender que os maiores desastres ambientais estão relacionados com a motivação corporativa, econômica e financeira, perpassando pela lavagem de dinheiro. As charges vão nos possibilitar maior aproximação com o público em geral, na medida em que lança mão de linguagem criativa e de fácil assimilação, portanto mais atraentes, descortinando o 'juridiquês' que, por tantas vezes é tão excludente”, explica.
 
O curador do projeto e representante da Cartuminas, Eduardo Evangelista, o Duke, é cartunista do Jornal O Tempo e afirma que a matéria prima do chargista, geralmente, está relacionada a fatos como esses que o MPMG aborda no ‘Justiça e Arte’. “A Lavagem de Dinheiro é um tema que muito nos inspira, porque temos o importante papel de alertar à sociedade sobre o problema que envolve esse crime. A charge acaba sendo um complemento e é um prazer muito grande poder trabalhar ao lado do MPMG, aproximando o cidadão comum à linguagem jurídica de forma que o entendimento da mensagem seja feito de maneira mais fácil”, enfatiza.
 
“O humor é o caminho mais curto entre as pessoas”
 

A frase é do falecido Nani, o cartunista homenageado no projeto. Ernani Diniz Lucas, o Nani, morreu vítima da Covid-19, em 8 de outubro deste ano. A primeira charge a ser lançada é de autoria dele e retrata muito bem a questão da lavagem de dinheiro.
 
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 Nani Cartunista - imagem cedida pela família do autor

A publicação é uma das 13 que serão apresentadas mensalmente. A obra foi produzida antes de Nani ser convidado a participar do projeto e sua divulgação foi autorizada pela família. Para o filho de Nani, Daniel Lucas, o maior legado do pai foi ter ensinado que o humor aproxima as pessoas. “Ele sempre foi muito combativo nas charges, tiras e textos que escrevia. Essa frase - o humor é o caminho mais curto entre as pessoas - era a mais usada por ele. Ele traduzia as manchetes e as notícias de uma outra forma, às vezes até oposta ao editorial, para que o leitor entendesse melhor a temática. Para nós, é uma honra à memória de meu pai, ter o trabalho dele no projeto do Ministério Público de Minas Gerais. Representa um reconhecimento”, afirma.
 
Criador da tirinha “Vereda Tropical”, Nani produziu sátiras relacionadas à política e à sociedade brasileira da década de 1980. Conforme divulgado em um site de notícias, em entrevista o cartunista definiu que “o trabalho da charge é sempre contra. Um trabalho que você tem que mostrar as coisas e mostrar de uma maneira que as pessoas entendam como uma segunda leitura, uma segunda opção”.
 
O mineiro nasceu em 27 de fevereiro de 1951. Começou a carreira aos 20 anos de idade, em BH, publicando charges em O Diário. Em 1973, mudou-se para o Rio de Janeiro. Colaborou com O Pasquim, a partir do qual, ele e outros seis artistas, criaram O Pingente. Foi chargista do Jornal da Globo e colaborou na MAD brasileira.
 
No Rio, marcou presença no Jornal dos Sports, no Última Hora, no Diário de Notícias, no O Dia e na Tribuna da Imprensa. Nani foi premiado em Salões de Humor em Montreal, Niterói e Piracicaba. Sua revista própria é O Nanista e além dela, escreveu vários livros.
 
 “Justiça e Arte”
 

O MPMG publicará, mensalmente, 13 charges de cartunistas mineiros que remetem ao crime de lavagem de dinheiro, por meio de uma linguagem direta e consolidada ao cidadão que, geralmente, não tem conhecimento do assunto. O coordenador do Caoet, promotor de Justiça William Garcia Pinto Coelho, explica que se trata de um tema central na investigação. “A partir de uma análise econômica do direito, agentes criminosos realizam um cálculo racional de custo-benefício para decidir praticar ou não o ilícito. Se pararmos para pensar, as organizações criminosas (orcrim’s) só existem a partir do momento que geram lucro para os criminosos, especialmente nos crimes de colarinho branco. Tal lucro ilícito é ocultado e reutilizado pelas orcrim’s por meio da lavagem de dinheiro (transformação de valores ilícitos em lícitos). Quando o Poder Público dificulta a ocultação e movimentação do dinheiro sujo, criminosos ficam sufocados economicamente e o crime organizado se enfraquece ou migra para uma jurisdição mais leniente com a prática de crimes econômicos e financeiros”, detalha.

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 Foto: Eric Bezerra / MPMG

 

O procurador-geral de Justiça, Jarbas Soares Júnior, apoia o projeto e afirma que a temática é complicada aos olhos das pessoas. “Trata-se de um assunto pouco palatável e a charge fala a língua das pessoas. Por meio de um desenho e/ou uma frase é possível passar a mensagem completa à população. O projeto é excelente e vai auxiliar o MPMG a transmitir as informações sobre o trabalho realizado pelo Caoet cuja temática, às vezes se mostra tão complicada aos olhos de quem não lida com o assunto diariamente”, diz.
 
Lunardi Teles dos Santos, o Lute, é cartunista do Jornal Hoje em Dia e afirma que por meio da charge se faz crítica direta aos desmandos e aos desvios. “A sociedade inteira poderia funcionar melhor sem desvios. Quando nos deparamos com pessoas se juntando ao redor de caminhões de lixo para procurar comida, temos a certeza de que algo está muito errado”, conclui.
 
No próximo dia 29, comemora-se o Dia Internacional de Prevenção à Lavagem de Dinheiro e outras ações interinstitucionais, organizadas por meio do Comitê Internacional de Recuperação de Ativos (Cira), estão previstas para esta semana.  Artes visuais e vídeos serão publicados e atividades investigativas serão realizadas até a próxima sexta-feira.


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26/10/2021  

 

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