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O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) Zona da Mata, em conjunto com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública e Polícia Militar (Sejusp), Polícia Militar e Polícia Penal de Minas Gerais, deflagrou, na manhã de hoje, 29 de abril, a operação O Mecanismo, destinada a apurar e reprimir a prática dos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, concussão, prevaricação em sua forma especial, associação criminosa, tráfico e associação para o tráfico de drogas. 

Está sendo investigada a existência de um complexo esquema criminoso formado por policiais penais (agentes penitenciários), agentes públicos, presos e terceiras pessoas ainda não totalmente identificadas, consistente na promoção do ingresso de drogas, demais materiais ilícitos e de aparelhos celulares no interior de estabelecimentos prisionais situados na Zona da Mata mineira, mediante o pagamento de propina e favores indevidos. 

A operação de hoje deu cumprimento a 15 mandados de busca e apreensão, um mandado de prisão temporária, bem como ao afastamento do cargo de dois agentes públicos, nos municípios de Muriaé, Visconde do Rio Branco, Palma, Juiz de Fora, Rio de Janeiro, Ervália, Guiricema e São Geraldo. Dois policiais penais e uma pessoa civil foram presos em flagrante delito durante as buscas, em razão da apreensão de munições e de porções de cocaína. 

Até o momento também foram apreendidos aparelhos eletrônicos diversos, tais como celulares e notebooks, documentos, além de R$ 35 mil em espécie. Destaca-se que durante as buscas ocorridas na Penitenciária Ariosvaldo Campos Pires e no Complexo Penitenciário de Gericinó (Bangu III) as equipes localizaram e apreenderam aparelhos celulares dentro das celas dos representados. 

São alvos das diligências servidores públicos, dentre os quais três policiais penais, indivíduos que se encontram presos e também pessoas a estes relacionadas. A operação desta sexta-feira ainda está em andamento e conta com a participação de promotores de Justiça, autoridades da Sejusp, servidores do MPMG, aproximadamente 40 policiais penais do Comando de Operações Especiais e da Coordenação de Operações de Inteligência, 45 policiais militares lotados na 4ª Região da Polícia Militar, 10 agentes do GCOC atuantes nos Gaecos da Zona da Mata, havendo o empenho de aproximadamente 25 viaturas. Destaca-se, ainda, o apoio do Gaeco e do CSI do Estado do Rio de Janeiro. 

Para o promotor de Justiça Breno Costa da Silva Coelho, coordenador do Gaeco Zona da Mata, unidade de Visconde do Rio Branco, “viabilizar o ingresso de aparelhos celulares e outros materiais ilícitos para o interior dos estabelecimentos prisionais mineiros, sobretudo se valendo de servidores do Estado, coloca em evidente risco a ordem pública, possibilitando que outros crimes graves, como o tráfico de drogas, assaltos e homicídios qualificados, sejam praticados a partir de determinações oriundas dos presídios e penitenciárias, inclusive emanadas de facções criminosas, com ramificações em diversos estados do país e até no exterior”. 

 

Assinatura Cejor

 

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