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Já recebida pela Justiça, a denúncia imputa a 116 denunciados os crimes de organização criminosa, associação para o tráfico e tráfico ilícito de entorpecentes e ingresso de aparelhos celulares no sistema prisional

 

Foi deflagrada na manhã desta quinta-feira, 18 de abril, uma operação do Grupo de Atuação especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), regional de Uberlândia, para o cumprimento de 116 mandados de prisão preventiva e 11 de busca e apreensão contra integrantes da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), nas cidades de Uberlândia, Tupaciguara e Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, presídios de Minas Gerais e também do Estado de São Paulo.

Em Uberlândia os mandados de prisão e busca e apreensão são cumpridos nos Bairros Canaã, Laranjeiras, Integração, Morumbi, Alvorada e Shopping Park.

Já recebida pelo Juízo da 5ª Vara Criminal, a denúncia imputa a 116 denunciados os crimes de organização criminosa, associação para o tráfico e tráfico ilícito de entorpecentes e ingresso de aparelhos celulares no sistema prisional.

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De acordo com o Gaeco, as investigações ocorreram a partir do levantamento de informações de que parte da facção criminosa PCC teria recebido, no interior da ALA E, do Presídio Professor Jacy de Assis, em Uberlândia, remessa de drogas e aparelhos celulares, tendo em vista que o equipamento body scan estava com defeito, bem como de que existia um plano para executar um Policial Penal (devidamente identificado).

Após a incursão nas celas da referida ala, conhecida como Pavilhão do PCC, foram apreendidas várias porções de sustâncias entorpecentes, quatro aparelhos celulares, bem como diversas anotações contendo cadastro de presos faccionados e levantamento dos setores que a facção criminosa comandava dentro do presídio, como venda de drogas, aluguel de quadra de futebol, apostas de partidas de futebol entre outros.

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A partir da prova documental colhida e extração dos aparelhos celulares, descobriu-se que a organização criminosa contava com o rígido controle dos faccionados, através da denominação “cara-chachá”, com menção ao nome do integrante; data de nascimento; idade; nome da mãe; data e local do batismo; vulgo de batismo; origem da “quebrada”; funções ocupadas; presídio onde o faccionado estava recluso; se possui dívida com o PCC; se foi punido pela facção em alguma oportunidade; e posto atual.

Conforme o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), os elementos de provas colhidos revelam que os faccionados eram divididos em núcleos, os quais servem para distribuir as tarefas e permitir que os integrantes que atuam na disciplina possam acompanhar os andamentos dos trabalhos da organização criminosa. A organização utiliza essas práticas como formas de consolidar seu poder dentro do sistema prisional, criando uma economia paralela que beneficia seus interesses. Entre os núcleos estão: esporte, tabacaria, caixa do jogo do bicho, disciplina, papelaria, apoiadores, comunicador, “salveiro”, setor gaiola, “kaô”, almoxarifado entre outros.

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Além disso, segundo o Gaeco, restou claro que os presos faccionados recolhidos no Presídio Professor Jacy de Assis mantêm contato com outros integrantes da organização criminosa que permanecem soltos e cumprem ordens para a prática de crimes e movimentação de valores em prol do PCC.

As investigações apontam que o entorpecente é utilizado no interior do presídio como moeda, uma espécie de câmbio local, o que se verifica em todas as frentes de atuação do “comando”. Assim toda dívida criada pelo comando era convertida primeiro em droga e, após, em moeda real.

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Investigações começaram em 2020
Desde 2020, o Gaeco Regional de Uberlândia atua em investigações envolvendo o PCC de forma sistemática, sobretudo após duas tentativas de homicídio contra policiais penais.

Atuam na operação quatro promotores de Justiça; dois delegados da Polícia Civil e 20 policiais, 30 policiais militares e 21 agentes do Gaeco, além do apoio da Polícia Penal. A operação contou, ainda, com um helicóptero e 27 viaturas.

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