O Procon-MG, órgão do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), promoveu hoje, 30 de março, a ação Momento educativo on-line: educação financeira, voltada a educadores, a agentes que atuam no Sistema Estadual de Defesa do Consumidor e à população em geral.   

O encontro, que contou com cerca de 130 participantes, teve como objetivo propor uma reflexão sobre o papel da educação financeira e sua potencialidade em atenuar as causas ou amenizar as consequências do endividamento.  A mesa redonda com o tema Brasil endividado: a educação financeira é a solução?, teve mediação da superintendente do Procon-MG, Isabella Ottoni.  

A psicanalista, consultora de Psicologia Econômica e Educação Financeira, Vera Rita de Mello Ferreira apontou cinco elementos fundamentais para o enfrentamento da questão do superendividamento: o conhecimento sobre o comportamento econômico; a educação financeira; a atuação dos órgãos de proteção do consumidor; a regulação do crédito e dos juros; e a arquitetura de escolha, que auxilia o cidadão a tomar decisões melhores para ele.

Antônio Marcos Souza, professor e coordenador dos cursos de Administração e Ciências Contábeis da Faculdade Milton Campos, apresentou dados que demonstram que cerca de 70% das famílias brasileiras possuíam algum tipo de dívida em 2022, e que mais de 80% dessas dívidas eram com o cartão de crédito. Ele propôs uma reflexão sobre a causa do problema e formas de combatê-lo, com atitudes como planejamento e controle do consumo.

Finalizando as exposições, Vinícius Marques, que coordena o Procon Municipal de Itajubá e preside o Fórum dos Procons Mineiros, afirmou que dados dos Procons vinculados ao Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec) apontam que, até 2017, a maior demanda recebida pelos órgãos era relacionada a serviços de telecomunicações. Em 2018, pela primeira vez, as demandas relacionadas a assuntos financeiros foram as mais comuns e, de 2020 a 2022, passaram a representar o dobro do segundo tema mais demandado. Ele destacou o trabalho dos Procons, mas disse que o desafio ainda é muito grande, diante das práticas adotadas pelo sistema financeiro no Brasil.

Após as exposições, os participantes fizeram suas considerações finais e foi aberto espaço para participação do público.