Notícias - Violência DomésticaMPMG entrega veículo para auxiliar Guarda Municipal de Belo Horizonte no combate à violência doméstica
Veículo foi apreendido em operação realizada pelo Gaeco em 2022
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) entregou hoje à Guarda Civil Municipal de Belo Horizonte um veículo que funcionará como patrulha contra a violência doméstica na capital mineira. Solenidade realizada na sede da Guarda Municipal nesta sexta-feira, 31 de março, formalizou a entrega da nova viatura.
“É com muita alegria que, fechando o mês de março de 2023, entregamos o automóvel à Guarda Municipal para sua utilização nas ações decorrentes do enfrentamento à violência doméstica e familiar na patrulha de proteção à mulher”, celebrou a coordenadora do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Combate à Violência Doméstica (CAO-VD), Patrícia Habkouk. O veículo havia sido apreendido durante a operação Krymmenos , realizada pelo MPMG, por meio do Gaeco, em agosto de 2022.
“Todas as mulheres e meninas têm o direito a uma vida livre de violência. A entrega desse veículo materializa a nossa união e a certeza de que precisamos dar as mãos e trabalharmos juntas e juntos para assegurar essa garantia”, afirmou a promotora de Justiça durante seu pronunciamento.
Patrícia lembrou que pela primeira vez foi possível destinar um bem apreendido em uma operação do MPMG contra o crime organizado para o combate à violência familiar. Segundo Patrícia, nos últimos três anos, em Belo Horizonte, entre feminicídio consumados e tentados foram 134 registros. “Anualmente temos cerca de 17 mil registros de violência doméstica na capital e nós sabemos que esse é apenas um dado relativo. Estudos dizem que quase metade das mulheres que sofrem violência não fazem o registro”, informa Patrícia.
O comandante da Guarda Municipal Júlio César de Freitas lembrou que “neste ano, a instituição completa 20 anos e é o primeiro presente que a gente ganha”. O comandante também informou que está sendo instituído o grupo de proteção à mulher na Guarda Municipal, batizado de Guardiã Maria da Penha. O secretário Municipal de Segurança e Prevenção da capital, Genilson Ribeiro Zeferino afirmou que “o primeiro desafio que nós estamos fazendo juntos é superar a naturalização. Como que as pessoas têm aceitado naturalmente isso? Olha, bateu numa mulher, matar mulheres? A nossa sociedade de uma forma hipócrita tem naturalizado essa questão. Este ato de hoje nos provoca, para que a gente não aceite isso, que a gente se incomode, que a gente se indigne”.
O procurador-geral de Justiça, Jarbas Soares Junior ressaltou que “o ato tem mais simbolismo do que verdadeiramente significará uma arma eficaz de combate à violência doméstica. Infelizmente, os índices são alarmantes. Certamente, neste momento aqui, alguma coisa está acontecendo”, lamentou. Em sua fala, Jarbas lembrou de que precisamos de toda essa estrutura de combate à violência porque não há respeito. “O dia mais feliz para nós, não foi instalar a promotoria de combate à violência doméstica, será o dia que nós a desativarmos porque não vamos precisar mais de promotoria nem de delegacia e nem de guarda municipal, o próprio defensor das relações interpessoais será o cidadão que não vai tolerar violência do homem contra a mulher”.
