Na tarde desta quinta-feira, 11 de setembro, foram realizadas oficinas simultâneas na sede da Procuradoria-Geral de Justiça, em Belo Horizonte, com foco no uso da inteligência artificial. As atividades integram a programação da Semana do Ministério Público 2025 e foram promovidas pelo Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf) do MPMG.

Assistente personalizado

Na oficina intitulada “Combate à Lavagem de Dinheiro com Assistência de IA”, o delegado da Polícia Civil de Minas Gerais Jonas Tomazi apresentou desde orientações básicas para quem ainda não utiliza IA até a criação de assistentes personalizados para apoiar investigações, ações penais e tarefas rotineiras nas diversas áreas de atuação do Ministério Público. 

Segundo o delegado, o uso de assistentes de IA proporciona maior agilidade na análise de documentos e na elaboração de peças jurídicas. Durante a oficina, foram demonstrados modelos de prompts, exemplos de documentos produzidos com auxílio da IA e o passo a passo para sua criação. Tomazi destacou também a importância do uso seguro da tecnologia nas instituições, principalmente com relação a dados sensíveis. A atividade contou com a presença da diretora do Ceaf, procuradora de Justiça Cássia Serra Teixeira Gontijo, além de membros, servidores e estagiários da instituição.

Jurimetria

A oficina “Jurimetria” foi aberta pelo coordenador pedagógico do Ceaf, promotor de Justiça Leonardo Barreto, e presidida pelo coordenador da Superintendência de Tecnologia da Informação (STI) do MPMG, promotor de Justiça Daniel Piovanelli Ardisson. A exposição de conteúdo foi realizada pelo promotor de Justiça do Ministério Público de São Paulo (MPSP) Leonardo Leonel Romanelli. Ele explicou que a jurimetria consiste na análise de dados jurídicos, sendo a inteligência artificial um dos pilares dessa abordagem. Ele destacou que, por meio da jurimetria, é possível mapear informações de diversas áreas de atuação do Ministério Público e compartilhar esse conhecimento com as Promotorias de Justiça. 

A jurimetria permite, por exemplo, analisar sentenças para traçar perfis decisórios e avaliar a probabilidade de êxito em ações judiciais. No enfrentamento à violência contra a mulher, é possível reunir dados para subsidiar o trabalho das Promotorias, como perfil das vítimas de feminicídio, idade, existência de medida protetiva e de gravidez, relação com o agressor e características dos acusados. 

No Direito Ambiental, a jurimetria possibilita o mapeamento de Ações Civis Públicas, identificando padrões de indenização por danos ambientais e o tempo médio de julgamento. “A jurimetria representa uma racionalização da atividade forense e pode complementar o trabalho tradicional. É como uma interpretação visual do conhecimento”, avaliou Romanelli. 

Após a apresentação presencial do promotor de Justiça, o servidor do MPSP José Jesus Filho, pós-doutor em Jurimetria, participou remotamente da oficina. Ele apresentou um breve panorama histórico da área, abordando os avanços proporcionados pela internet, além de discutir casos concretos. 

 

Semana do MP  

Com o tema 'Inteligência artificial no MPMG: futuro responsável', a Semana do Ministério Público 2025 segue com programação até esta sexta-feira, 12 de setembro. O evento é realizado anualmente em comemoração ao Dia do Ministério Público de Minas Gerais, 11 de setembro, data de publicação da primeira lei orgânica da instituição, e promove atividades destinadas a fomentar o debate, bem como estreitar as relações entre seus integrantes. 

Para acessar a programação completa e a cobertura do evento, clique aqui. 

 

 

Ministério Público de Minas Gerais

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