Notícias - Crime OrganizadoOperação Hígia: MPMG e Polícia Civil apuram milícia privada com atuação na Zona da Mata
Segundo as investigações, um policial civil lotado na Delegacia Regional de Ubá se valia da estrutura material e de pessoal da polícia mineira para prestar segurança privada na região
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a Corregedoria da Polícia Civil deflagraram na manhã desta quarta-feira, 17 de dezembro, a operação Hígia, que visa apurar a prática dos crimes de corrupção, participação em milícia privada, falsidade ideológica e organização criminosa.
Segundo as investigações, que ainda estão em andamento, um policial civil lotado na Delegacia Regional de Ubá, em conluio com terceiras pessoas, se valia da estrutura material e de pessoal da polícia mineira para prestar segurança privada na região da Zona da Mata.

Hoje, estão sendo cumpridos dez mandados de busca domiciliar e três mandados de afastamento dos cargos públicos. Três policiais civis foram afastados das funções. Um dos agentes públicos foi preso em flagrante delito pelo crime de posse ilegal de arma de fogo. Na residência de um dos empresários alvo das diligências, a Polícia encontrou significativa quantia de dinheiro em espécie. Também foram apreendidas armas de fogo, documentos e dispositivos eletrônicos.
A operação conta com a participação de seis promotores de Justiça, dez delegados de polícia e cerca de 50 policiais civis.
As apurações indicam que o principal investigado, que se encontra preso preventivamente desde o dia 28 de novembro de 2024, contava com um grupo de agentes públicos e privados que prestava serviços na empresa de segurança, inclusive serviço de escolta armada de valores, mediante o recebimento de dinheiro.
No curso das investigações, foram encontradas provas documentais contendo planilhas de pagamento, escalas, movimentações bancárias e planejamento que envolviam a participação de servidores públicos e agentes privados na prestação ilegal de segurança privada.
A operação de hoje é um desdobramento da operação Segurança Máxima. Durante as fases da operação, foram apreendidos diversos artigos de luxo, inclusive um avião e veículos importados.

Até o momento, o Ministério Público já ofereceu três denúncias, imputando aos acusados os crimes de milícia privada armada, falsidade ideológica, corrupção passiva e obstrução à investigação de organização criminosa.

