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Em entrevista coletiva concedida na tarde de hoje, promotores de Justiça e delegado de polícia falaram sobre as investigações, o oferecimento da denúncia e a decretação da prisão

No início da tarde de hoje, 29 de abril, representantes do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e da Polícia Civil concederam entrevista coletiva sobre o caso da troca de tiros ocorrida no dia 3 de março, por volta das 23h, na praça Doutor Último de Carvalho, no centro de Rio Pomba, na Zona da Mata. O tiroteio ocorreu durante as festividades do carnaval, levando pânico às pessoas que festejavam na praça. Uma mulher de 25 anos morreu e dezenas de pessoas ficaram feridas.

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Na data de ontem, 28 de abril, a denúncia oferecida pelo MPMG foi recebida pela Justiça e foi deflagrada a nperação Héstia, com o objetivo de cumprir sete mandados de prisão preventiva contra os denunciados por envolvimento na troca de tiros. O cumprimento dos mandados foi efetuado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) regional da Zona da Mata, unidade de Visconde do Rio Branco, e pelas Polícias Militar e Civil de Minas Gerais, após um intenso trabalho de investigação, no qual apurou-se que os crimes ocorreram por conta de uma rivalidade relacionada ao tráfico de drogas, envolvendo dois grupos de Ubá, cidade a cerca de 40km de Rio Pomba.

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Durante a entrevista, os promotores de Justiça Shermila Peres Dhingra, de Rio Pomba, e Breno Costa da Silva Coelho, do Gaeco Zona da Mata, e o delegado de Polícia Civil em Ubá, Douglas Mota Barbosa de Oliveira, esclareceram que, dos sete investigados identificados e denunciados pelo MPMG, dois haviam sido presos em flagrante e quatro foram presos pela Polícia Militar no dia 5 de março, em uma casa em Ubá, utilizada como ponto de venda e armazenamento de drogas. No local, foram encontradas grande quantidade de drogas, armas de fogo e material para preparação de lança perfume. Também foram apreendidos aparelhos eletrônicos que foram essenciais para a elucidação do caso, que também contou com perícias e comparação balística realizada pela Polícia Civil.

Após a denúncia, com a decretação da prisão preventiva, seis mandados foram cumpridos e um dos acusados encontra-se foragido. Segundo apurado, os acusados pertenciam a grupos que disputavam domínio territorial do tráfico de drogas em Ubá, sendo os dois que foram presos em flagrante de um grupo e os quatro presos posteriormente, além do foragido, do grupo rival.

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Os investigados foram denunciados como incursos nos seguintes crimes, a maioria deles de natureza hedionda ou equiparada: associação para o tráfico de drogas, com pena de reclusão de 3 a 10 anos (artigo 35 da Lei nº. 11.343/06, c.c art. 40, inciso IV, da Lei 11.343/06); tráfico de drogas, com pena de reclusão de 5 a 15 anos (artigo 33 da Lei nº. 11.343/06, c.c art. 40, inciso IV, do mesmo diploma legal); homicídio consumado triplamente qualificado, com pena de reclusão de 12 a 30 anos, em relação à vítima fatal (artigo 121, §2º, incisos I, III e IV, do Código Penal); homicídio tentado triplamente qualificado, com pena de reclusão de 12 a 30 anos, em relação às demais vítimas (artigo 121, §2º, incisos I, III e IV, c.c artigo 14, II, ambos do Código Penal, por 19 vezes); porte de armas de fogo de uso permitido e de uso restrito, com penas de detenção de 1 a 3 anos e de 3 a 6 anos de reclusão (artigos 12 e 16 da Lei nº. 10.826/03); falsa identidade, com pena de 3 meses a 1 ano de detenção, em relação a um dos denunciados (artigo 307 do Código Penal).

O MPMG ainda pediu a condenação ao pagamento de danos morais no valor de R$ 1 milhão por denunciado, a ser revertido em benefício das vítimas não envolvidas com as facções e familiares e do Fundo Penitenciário do Estado de Minas Gerais.

De acordo com os promotores de Justiça, os acusados responderão na Justiça pelos graves crimes, devendo ser levados a julgamento perante o Tribunal do Júri da Comarca de Rio Pomba, e, se condenados, poderão sofrer aproximadamente cem anos de prisão.  

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Ministério Público de Minas Gerais

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