Notícias - Violência DomésticaMPMG participa de evento do ‘Pacto Ninguém se Cala’ e destaca ações no combate à violência contra a mulher no esporte

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) participou, nesta segunda-feira (17), em São Paulo, de um evento dedicado ao esporte dentro da iniciativa “Pacto Ninguém se Cala”, promovida pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) e pelo Ministério Público do Trabalho de São Paulo (MPT-SP). O encontro reuniu representantes de clubes brasileiros, como Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Santos, Ponte Preta, Red Bull Bragantino, América Mineiro, Guarani e a Liga Nacional de Basquete, para apresentar iniciativas de prevenção à violência contra a mulher e de promoção de ambientes esportivos mais seguros.
O MPMG esteve representado pela promotora de Justiça Denise Guerzoni Coelho, do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Combate à Violência Doméstica (CAO-VD), que mediou a mesa e apresentou ações institucionais voltadas ao enfrentamento da violência de gênero, como a campanha “Cartão Vermelho ao Feminicídio”, cuja arte oficial foi exibida como tela de fundo do evento. A iniciativa mobiliza atletas, torcedores e toda a sociedade para a construção de relações igualitárias, a promoção de uma masculinidade não violenta e a responsabilidade coletiva no combate ao feminicídio.
Denise Guerzoni ressaltou o alcance comunicativa do esporte no Brasil e a importância de utilizá-lo para promover conscientização: “O futebol no Brasil é mais do que um esporte, é um fenômeno de comunicação de massa. É a partir dessa plataforma fenomenal que nós dialogaremos entre o masculino e feminino, trazendo essa comoção nacional para a nossa temática, nossa atenção.”
A coordenadora do Santos Futebol Clube, Márcia Fernandes Mendes, apontou o impacto do trabalho desenvolvido no clube e a importância de momentos de integração entre instituições e agremiações esportivas. “Nos surpreendeu muito saber o quanto nossa comissão poderia impactar na vida das mulheres não só do clube, mas também na sociedade. Momentos como esse são mais do que necessários no universo do futebol. Proteger, cuidar, acolher e fortalecer é o mínimo que podemos fazer. Precisamos promover uma mudança cultural efetiva, educar as novas gerações e reeducar aqueles que ainda têm enraizada a ideia de que o futebol não é para mulheres.”

A coordenadora de Compliance do São Paulo Futebol Clube, Jaqueline Oliveira, enfatizou que o tema deve estar integrado às práticas institucionais. “Esse tema tem que estar alinhado com as políticas internas de qualquer clube de futebol, mas de toda organização, seja privada, pública ou do terceiro setor. É uma obrigação falar sobre ética e conduta ética, temas sobre assédio sexual, moral e violência de gênero.”
O diretor jurídico do Red Bull Bragantino, Igor Melissopoulos, apresentou iniciativas estruturais e de acolhimento implantadas pelo clube. “Trabalhamos contra a violência contra a mulher há muito tempo. A Red Bull tem um canal de compliance muito grande e não é só brasileiro, é no mundo. Também trabalhamos com iniciativas de treinamento e educação com os jovens. Outra curiosidade bacana é que o clube vem passando por um momento de transformação de infraestrutura. Vimos incluindo sala de acolhimento no nosso escritório, no centro de treinamento e no projeto do novo estádio.”
O coordenador socioeducacional do Palmeiras, Fernando Truyts, destacou a postura ativa do clube nas discussões sociais. “O Palmeiras está bem focado em cada vez mais atuar nas temáticas sociais, ser protagonista não só dentro de campo, mas também com pautas sociais e, principalmente, uma das mais importantes, a violência contra a mulher.”
Representando o América-MG, Paulo Lasmar salientou o papel do futebol como instrumento de comunicação e sensibilização. “O futebol é um veículo impressionante. Para mim é o maior veículo de comunicação capaz de fazer chegar a todos os espectros da sociedade uma campanha como essa. Do mais humilde ao mais abonado. Todos gostam de futebol. Todos consomem notícias de esportes, principalmente do futebol. A mídia esportiva é enorme.”
Pela Liga Nacional de Basquete, Rafael Garcia, reforçou a necessidade de uma abordagem integrada de combate a todas as formas de violência e discriminação. “O objetivo da Liga é que os ginásios e o ambiente do escritório sejam para todo mundo. Costumo falar com os atletas, que 52% são negros, que a mesma violência que eles sofrem com o racismo é alimentada pelo machismo, pela homofobia. Não tem como vestir uma causa. Ou a gente abraça todas as causas ou vamos ter um discurso vago.”
Por fim, Luzia Assunção, do departamento de Recursos Humanos do Guarani, destacou o aprendizado e as perspectivas de ampliar ações dentro do clube. “Com certeza vamos levar muitas ideias daqui para o Guarani. Aprendemos bastante e vamos divulgar muito mais, criar mais ações. É um movimento muito importante.”

Ministério Público de Minas Gerais
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