Notícias - CriminalHomem que matou policial militar em uma agência de veículos, em BH, tem prisão preventiva decretada e é transferido para presídio de segurança máxima
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) participou na manhã desta quinta-feira, 23, de uma audiência de custódia envolvendo um homem, preso em flagrante, investigado por matar um policial militar durante um assalto a uma concessionária de veículos, em Belo Horizonte. A pedido do MPMG, a prisão em flagrante foi convertida em prisão preventiva pela Justiça e o investigado foi transferido para um presídio de segurança máxima, em Francisco Sá, na Região Norte.
O homem, que foi preso em flagrante, é reincidente, está em cumprimento de pena e é foragido do sistema prisional. Ele já foi condenado por quatro roubos majorados e corrupção de menores, homicídio qualificado e uso de documento falso. Ostenta ainda outra condenação, em fase recursal, por homicídio qualificado e responde a outra ação penal por roubo majorado.
De acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a audiência de custódia consiste na rápida apresentação da pessoa que foi presa a um juiz, em uma audiência onde também são ouvidos Ministério Público, Defensoria Pública ou advogado do preso. O juiz analisa a prisão sob o aspecto da legalidade e a regularidade do flagrante, da necessidade e da adequação da continuidade da prisão, de se aplicar alguma medida cautelar e qual seria cabível, ou da eventual concessão de liberdade, com ou sem a imposição de outras medidas cautelares. A análise avalia, ainda, eventuais ocorrências de tortura ou de maus-tratos, entre outras irregularidades.
Um outro suspeito de participar do assalto, que estava foragido, foi localizado nessa quarta-feira, 22, resistiu à prisão e morreu após uma troca de tiros com policiais do Grupo Especializado em Recobrimento (GER), conforme informações da Polícia Militar de Minas Gerais.
Entenda o caso
Conforme apurado nos autos, no dia 21 de outubro de 2025, na Avenida Nélio Cerqueira, nº 802, bairro Tirol, em Belo Horizonte, o investigado que teve a prisão preventiva decretada pela Justiça, compareceu a uma agência de veículos, simulando interesse na compra e financiamento de automóvel.
Após observar a movimentação e as rotinas internas do estabelecimento, ele deixou o local e retornou minutos depois com outra pessoa em uma motocicleta, veículo que havia sido furtado dias antes.
O comparsa do autuado, permaneceu na motocicleta, aguardando o término da ação criminosa, enquanto o outro, ora preso, ingressou novamente na loja, armado, anunciou o assalto empunhando a arma de fogo e rendeu funcionários e clientes, obrigando-os a se deitarem no chão sob grave ameaça.
O investigado subtraiu alianças, cordões, aparelhos celulares e outros bens das vítimas.
Nesse momento, chegou ao local uma testemunha junto com o policial militar. O policial ingressou na loja e deparou-se com o assalto em andamento. A ele foi determinado que se deitasse no chão.
Ao gritar para informar que o assalto estava em andamento o investigado saiu do estabelecimento e passou a efetuar diversos disparos de arma de fogo em direção ao militar, que não teve chance de reação, sendo atingido por nove disparos, dos quais cinco na cabeça, dois no ombro e um em cada perna, conforme constatado pela perícia técnica. “A crueldade do ataque evidencia a intenção deliberada de eliminar a vítima, que tombou sem vida na calçada da loja, em pleno horário comercial”, afirma a promotora de Justiça Ana Carolina Zambom, que participou da audiência de custódia.
Ainda conforme as investigações, após os disparos, o autuado abaixou-se junto ao corpo da vítima, aparentando recolher a arma pertencente ao policial, evadindo-se em seguida. A ação deixou para trás uma cena com vários veículos atingidos pelos disparos, vidros quebrados e marcas de sangue no solo.
As diligências imediatas da Polícia Militar resultaram na prisão em flagrante do autor, já na madrugada do dia 22 de outubro, quando ele foi localizado em Betim. Em sua posse foram encontrados: uma pistola “Taurus” calibre 9mm com numeração suprimida e dois carregadores com 27 munições intactas; documentos falsos; um cordão de prata pertencente a uma das vítimas da loja; e o documento da motocicleta utilizada na fuga, que havia sido furtada anteriormente.
