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O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio da Comissão de Propostas Pedagógicas do Fórum Permanente do Sistema de Atendimento Socioeducativo de Belo Horizonte, realizou nesta sexta-feira, 5 de dezembro, na Procuradoria-Geral de Justiça, o encontro “O racismo nosso de todos os dias”. O objetivo foi promover reflexões sobre as manifestações do racismo estrutural na educação, no sistema de Justiça, na segurança pública e no cotidiano das medidas socioeducativas. A ação educattiva, realizada pelo Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcial (Ceaf), reuniu integrantes do MPMG, profissionais da educação, pesquisadores, estudantes, operadores do Sistema Socioeducativo e público externo.

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A programação teve início com um painel composto por três especialistas, mediado pela professora Jacqueline Moreira, professora da PUC Minas. O promotor de Justiça Márcio Rogério, que atua na defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes, destacou que o Ministério Público, enquanto instituição responsável por defender a democracia, a igualdade e os direitos das pessoas, tem a missão de proteger as garantias e os direitos fundamentais, entre eles o direito de todos serem tratados com respeito e dignidade.

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Em seguida, a educadora social e professora da Faculdade de Educação da UFMG, Licínia Maria Correia, ressaltou a importância da formação e da revisão de práticas institucionais. “A formação passa pelo reconhecimento. Juízes, promotores e defensores precisam repensar suas posturas quando atendem adolescentes brancos e negros. Como são recebidos? Com que cuidado? Onde são atendidos? Qual é o tom de voz? Não podemos parar de lutar. Esse é o nosso papel enquanto estivermos vivos.” 

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Na sequência, o professor Thiago Teixeira, mestre em Filosofia e doutor em Ciências Sociais, apresentou reflexões sobre a centralidade de perspectivas antirracistas no enfrentamento às desigualdades. “A raça sempre foi usada para excluir, e isso também ocorre na Justiça e na educação, que muitas vezes reforçam a criminalização de pessoas racializadas. Por isso falamos em perspectivas antirracistas: para enfrentar esse histórico que, no Brasil, atinge sobretudo a população negra.” explicou.  

Ele ressaltou, ainda, que, embora lentos, os avanços têm sido significativos. “Hoje vemos a produção de intelectuais negros sendo reconhecida e áreas do conhecimento caminhando na contramão de um discurso majoritariamente branco, masculino e elitista. Ao trazer esse debate para o espaço público, ele passa a ser iluminado por vozes negras silenciadas por tanto tempo.”

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Após o painel, os participantes foram divididos em quatro grupos de discussão, que abordaram: racismo no sistema educacional; racismo no sistema de Justiça; segurança pública e racismo; e manifestações do racismo no cotidiano das medidas socioeducativas. 

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No período da tarde, foram apresentadas as relatorias dos grupos, seguidas de um momento de escuta qualificada, em que os participantes compartilharam experiências e perspectivas. As contribuições ajudaram a definir os próximos passos e a criar propostas para as ações futuras. 

O encontro buscou ampliar a compreensão sobre o racismo na política voltada a adolescentes em conflito com a lei e discutir formas de preveni-lo, reforçando que a socioeducação deve ser emancipatória e oferecer condições para que todos os jovens cresçam preparados para atuar de forma construtiva na sociedade.

Conversas com a socioeducação (5ª edição) 05.12.2025
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Ministério Público de Minas Gerais

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