Notícias - Apoio às VítimasCasa Lilian realiza Roda de Conversa com Mariana Ferrer
Encontro promoveu um bate-papo com mulheres atendidas pelo Centro Estadual de Apoio às Vítimas do MPMG, proporcionando um momento de reflexão, aproximação e ampliação da pauta relativa à violência sexual e seus reflexos na vida das vítimas diretas e indiretas

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio do Centro Estadual de Apoio às Vítimas (Casa Lilian), realizou uma roda de conversa com Mariana Ferrer, que denunciou a violência sexual sofrida em 15 de dezembro de 2018 e teve seu caso repercutido na mídia à época. A iniciativa aconteceu nesta terça-feira, 21 de outubro, na sede da Casa Lilian, em Belo Horizonte.
O encontro promoveu um bate-papo com mulheres atendidas pelo Centro, proporcionando um momento de reflexão, aproximação e ampliação da pauta relativa à violência sexual e seus reflexos na vida das vítimas diretas e indiretas.
O crime envolvendo Mariana Ferrer, que é atendida pela Casa Lilian, aconteceu em Santa Catarina e resultou na criação da Lei Mariana Ferrer (Lei nº 14.245/2021), que visa garantir a proteção de vítimas de crimes sexuais e testemunhas durante julgamentos, proibindo que sejam expostas a humilhações e intimidações.
A apuração do crime ocorreu em Santa Catarina e ainda não teve julgamento definitivo.
Uma vítima que participou da roda de conversa compartilhou um pouco das violências sofridas e destacou a importância do trabalho realizado pela Casa Lilian. “Durante seis anos eu achava que eu era a culpada. Minha vida virou um looping, assim como a da minha mãe. Passei a me tatuar porque a dor física é melhor que a psicológica. Eu só passei a viver quando eu conheci a Casa Lilian. Hoje eu estou de cabeça erguida”, contou.
A coordenadora da Casa Lilian, promotora de Justiça Ana Tereza Giacomini, comentou sobre a relevância do evento. “É uma oportunidade de trocar experiências, formar redes de apoio e se reconhecerem nas diferentes falas. Ao mesmo tempo, também é uma oportunidade de ter contato com aquilo que elas esperam do sistema de justiça, dos serviços públicos para pautar o nosso trabalho”.
Ao longo do bate-papo, Mariana, que atualmente é assessora jurídica da Presidência do Superior Tribunal Militar (STM), encorajou as participantes ao enfrentamento da violência. “A gente precisa entender que a exposição do crime é importante, que é assim que vamos ficar protegidas e proteger outras vítimas”.
Outro ponto destacado por ela foi a importância do acolhimento e o entendimento da situação dentro do ambiente familiar. “As famílias precisam ter consciência de que é preciso acolher a vítima, sem questionar”, frisou Mariana.
A Casa Lilian também atende vítimas de outros tipos de crimes, como os crimes contra a vida, homicídio e feminicídio, racismo e outros crimes de ódio como LGBTfobia, intolerância religiosa e outras formas de discriminação.
O órgão está localizado na Rua Conde de Linhares, 403, Cidade Jardim, em Belo Horizonte. O contato pode ser feito pelo telefone (31) 3313-1726 ou pelo e-mail casalilian@mpmg.mp.br.
