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Jogadores participaram de uma palestra que faz parte da campanha ‘Cartão Vermelho ao Feminicídio’. Tema é abordado de forma reflexiva, almejando a conscientização sobre as questões de gênero, que atravessam a vida de homens e mulheres, além de fomentar uma cultura de respeito e igualdade

 

 

Como você quer ser visto como ídolo? Essa foi a pergunta feita ao elenco de jogadores profissionais do América Futebol Clube (AFC) durante a ação educacional realizada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e o Instituto Casa da Palavra, na manhã desta terça-feira, 1º de julho, no Centro de Treinamentos Lanna Drumond, em Belo Horizonte. A iniciativa faz parte da campanha “Cartão Vermelho ao Feminicídio”, que conta ainda com as parcerias do Clube Atlético Mineiro (CAM) e Cruzeiro Esporte Clube (CEC). A ação educacional é promovida pelo Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (CAO-VD).

A ação foi direcionada aos atletas profissionais e contou ainda com a participação de conselheiros e diretores do clube.

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A campanha busca trabalhar a temática de forma reflexiva, almejando a conscientização sobre as questões de gênero, que atravessam a vida de homens e mulheres, além de fomentar uma cultura de respeito e igualdade, trabalhando aspectos das violências, masculinidades, e o enfrentamento, ou seja, como identificar e agir nesses contextos.

A ação será realizada em múltiplos formatos, tendo em consideração o público-alvo, conforme cronograma de atividades da proposta. Elas serão realizadas pela equipe do Instituto Casa da Palavra e do CAO-VD, sendo que o tema trabalhado por cada uma das equipes será distinto. A cargo do Instituto Casa da Palavra, está a abordagem da prevenção e atenção à violência machista, com enfoque na temática das masculinidades. Já a equipe do CAO-VD trata sobre o fenômeno da violência doméstica e familiar contra as mulheres, os meios de proteção e cuidados e as estratégias de enfrentamento.

A metodologia será baseada em dinâmicas interativas, sendo nos treinamentos internos utilizada a metodologia de palestras informativas com momento para discussões abertas sobre a temática e nos grupos reflexivos a metodologia de encontro reflexivo. 

A promotora Denise Guerzoni, coordenadora do CAO-VD, explica que a palestra realizada no CT Lanna Drumond deu início ao segundo eixo da campanha “Cartão Vermelho ao Feminicídio”. “O primeiro eixo se realizou nos estádios com a gravação dos vídeos dos atletas informando noções gerais da lei Maria da Penha e a forma de proteção. Hoje iniciamos a capacitação do clube como um todo. Tivemos o primeiro encontro com os atletas profissionais do time masculino do América, trazendo a perspectiva do papel do homem no combate à violência contra a mulher. Debatemos sobre qual é o papel do jogador e como é ser ídolo no Brasil. É importante mostrar aos atletas o poder de comunicação que eles têm, a influência deles na sociedade e como eles podem ser exemplos para os nossos meninos. Nossa meta é utilizar o esporte como uma plataforma de informação com relação à igualdade de gênero”.

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Segundo Guerzoni, entre hoje e o dia 9 de julho serão realizadas ações envolvendo as categorias de base do América, time profissional feminino, comissões técnicas e funcionários do setor administrativo do clube. “Atlético e Cruzeiro já sinalizaram positivamente em relação à ação, faltando definir apenas as datas para que possamos compartilhar essas iniciativas com esses clubes”, explica a promotora de Justiça.

O advogado Alfredo Salvo Moreira Rabêlo, do Instituto Casa da Palavra, explica que o instituto trabalha com a formação de homens para eles compreendam qual é o papel deles no enfrentamento à violência contra a mulher e a violência de gênero. “Nossa ideia, junto com o MPMG, é propor ações educacionais e pedagógicas para que possamos identificar quais as violências são praticadas por nós, enquanto homens”.

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Ainda conforme Alfredo, “não podemos esquecer que, no Brasil, o futebol é um meio de transformação social e precisamos mostrar que o futebol também é um parceiro de cidadania no enfrentamento à violência contra a mulher. O papel dos jogadores e do corpo técnico que trabalha no futebol é muito importante nessa conscientização. Todos precisam compreender qual é, de fato, o nosso papel enquanto cidadãos, na verdade, no enfrentamento a esse modelo de violência”.

Segundo o América F.C., “a iniciativa reforça a importância do esporte como ferramenta de conscientização sobre a violência contra a mulher e destaca o compromisso do clube com o respeito às mulheres. Combater o feminicídio é uma responsabilidade de todos, dentro e fora dos campos”.

O jogador do elenco profissional do América, William Gomes de Siqueira, conhecido como "William Bigode", parabenizou o MPMG e o Instituto Casa da palavra pela iniciativa. “Essa ação trouxe uma reflexão muito importante para todos nós, como homens. Fomos criados e educados de diferentes formas, acredito que alguns aqui possam ter experiências ruins dentro da própria casa. Essa palestra nos propiciou um ensinamento muito grande e precisamos refletir sobre o tema. Nós, jogadores, somos vistos por crianças, jovens adultos e idosos e todos são apaixonados pelo futebol. Dessa forma, precisamos ter ciência da nossa importância e responsabilidade”.

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De acordo com o CAO-VD, ao final dos trabalhos espera-se que as equipes participantes alcancem entendimento acerca da violência doméstica e familiar contra as mulheres e meninas, e que alcancem conhecimento e instrumentos para promover ações educativas nos seus respectivos âmbitos de atuação junto aos seus colaboradores e atletas de futebol, sempre com o objetivo de cultivar o respeito, a não violência, o consentimento, a equidade de gênero, para a prevenção da violência.

Panela Tennis e Minas Tênis Clube também aderiram à campanha "Cartão Vermelho ao Feminicídio".

Cartão Vermelho ao Feminicídio - palestra América F.C.


Confira a matéria da Rádio MP


 

 
 
 
 
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Ministério Público de Minas Gerais

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