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No Memorial, 272 ipês amarelos foram plantados para contar a história das 272 vidas perdidas na maior tragédia ambiental ocorrida no Brasil. Um espaço de respeito à dor dos familiares e homenagem às vítimas.

 

Esse memorial nunca foi um sonho, mas poderá ser o final de um pesadelo”. Foram essas palavras ditas por Kenya Paiva Lamounier, que perdeu o marido em 25 de janeiro de 2019, no rompimento da barragem I da mina do Córrego do Feijão, que deram o tom inicial à visita ao Memorial Brumadinho, um espaço de respeito e memória em homenagem às vítimas da tragédia.   

Nessa sexta-feira, 20 de janeiro, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) visitou as instalações do Memorial Brumadinho. No local, será contada a história das 272 vidas perdidas e de seus familiares na maior tragédia ambiental ocorrida no Brasil.  

No Memorial, 272 ipês amarelos foram plantados. Eles representam cada uma das vítimas do rompimento da barragem. Durante dois anos e meio, 540 pessoas trabalharam na construção do Memorial.  

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“Hoje é um dia singular para todos nós, porque estamos vendo a obra finalizada. A história do Memorial começa com o enterro dos nossos familiares. Idealizamos esse Memorial para que seja um espaço para as famílias e que a história seja contada como ela é. A Avabrum estará representada, com muita dor e respeito. É um local sagrado para nós, porque aqui estão os nossos familiares que se foram de forma devastadora”, disse Kenya Paiva.  

A Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão em Brumadinho (Avabrum) participou ativamente de todo o processo de construção do Memorial.  

Para Josiane Melo, membro da Avabrum, a ideia de construir o Memorial tem o objetivo de não permitir que os segmentos dos familiares não enterrados fossem para uma vala comum. “A morte dos nossos familiares não foi honrosa, então o que queremos é uma destinação com respeito e dignidade para eles. É por isso que lutamos pela existência desse Memorial”, afirmou.  

Para Maurício Lemos, engenheiro da Vale que coordenou as obras, é importante que o Memorial não seja conceituado como uma obra de arte. “Esse espaço simbólico deve ser considerado um ato de respeito às vítimas, para que ninguém se esqueça do que aconteceu”, destacou.  

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O procurador-geral de Justiça, Jarbas Soares Júnior, visitou o Memorial e disse que os familiares das vítimas podem contar com o MPMG e que a instituição estará sempre de portas abertas para recebê-los. “Estamos atentos aos acontecimentos e espero que o Ministério Público possa cumprir o seu papel, seja no juízo natural, legal ou constitucional. Que esse crime brutal seja solucionado para que as famílias possam retomar e dar continuidade à vida com justiça e dignidade”, disse.   

Também participaram da visita ao Memorial a procuradora-geral de Justiça Adjunto Jurídica Eliane Maria Gonçalves Falcão, o assessor especial do procurador-geral de Justiça Emmanuel Levenhagen Pelegrini, a promotora de Justiça da comarca de Ouro Preto Ana Tereza Ribeiro Salles Giacomini, e as promotoras de Justiça de Brumadinho Ludmila Costa Reis e Vanessa Barcelos.  

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